quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Eu ainda lembro



Eu ainda lembro,

Quando ainda bebia Nescau na mamadeira

Andava de velocípede

E bagunçava a casa inteira



Eu ainda lembro,

Quando aprendi a amarrar o cadarço

Adorava desenho animado

E tinha medo de palhaço (e hj vivo na mão dele... hehe)



Eu ainda lembro,

Quando ganhei minha primeira bicicleta (era Caloi Ceci vermelha)

Aprendi a andar de patins

Ganhei um vídeo game

Pedi um walkman de Natal

Passei uma semana brincando de Barbie

Brincava de pique-escode no play e me escondia em casa

Sonhava em ser paquita

Trocava papel de carta

Brincava de sereia na piscina

Meu biquíni voltava cheio de areia da praia.



Eu ainda lembro,

Quando entrei no ginásio e me sentia uma mocinha crescida

Escrevia com várias cores diferentes no fichário

Queria tudo de marca

Dormia na casa das minhas amigas

E elas dormiam na minha

Festa de 15 anos era um mega evento

E achava que o tempo não iria passar.



Eu ainda lembro quando dei meu primeiro beijo

Quando comecei a sair com os amigos

Quando tive meu 1º amor platônico

Quando fiz alguém sofrer

Quando sofri por alguém

Quando briguei feio com a minha mãe

E foi mais feio ainda com meu pai.



Eu ainda lembro

Do 1º namorado

Dos papinhos no telefone com as amigas

Os “babados fortes” quando alguém ficava com um “belezinha”

As cartas para as amigas distantes e para as que eu via todo dia



Eu ainda lembro ,

Quando amigos me magoaram

Quando magoei amigos

Quando fofocaram sobre mim

Quando eu fofoquei

Quando doeu no meu coração

Toda essa decepção



Eu ainda lembro

Quando sofri acidente

E dei trabalho pra muita gente

Quando o Vinícius mexeu pela 1ªvez na minha barriga

Como era seu rostinho na primeira vez q eu o vi

Como ele foi crescendo tão rápido

E está crescendo ainda



Ainda lembro com muita saudade

Mas tudo que eu vivi serviu de experiência, aprendizado

Mas ainda cometo erros antigos

E alguns erros não cometo mais

E continuo vivendo, lembrando, errando, com vontade de aprender

E esperando pelo que ainda vou viver.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A Ciência de Pegar Ônibus

Estou sem carro, por isso estou trabalhando de ônibus, e como meu próprio chefe disse eu sou uma princesa, não posso andar de ônibus... heheh... delírios a parte, a realidade é q eu não possuo inteligência suficiente para entender para onde cada ônibus vai, são muitas informações... antigamente os ônibus se resumiam a 755 Gávea ou Cascadura, 690 Alvorada ou Méier, 636 Rodoviária ou Gardênia Azul... pronto só variava se ele ia ou voltava... hj em dia em fração de SEGUNDOS vc tem q fazer uma puta análise de alguns itens que se não forem muito bem observados vc entra numa merda de um ônibus que ao invés de te levar pra casa da mãe Joana, te leva direto pra casa do caralho e o caralho nem te convidou pra ir a casa dele. Mas observem os itens a serem analisados em pouco mais de 5 segundo:
1- Ver se tem a cor do seu ônibus (essa é mole)

2- Ler o número e observar em cima se ele vai para o lugar q vc quer (até aqui eu consigo)

3- ler embaixo se ele é linha amarela, ou linha vermelha, ou vai pelo mergulhão, ou se vai pela auto-estrada, se vai por dentro da rua General Pinto no Rego , ou se ele vai simplesmente passar próximo a sua casa.

4- Depois de toda essa análise vc tem q observar se é o motorista escroto q para lá atrás pra ver os babacas correndo, se é o gente fina q para em frente aos babacas ou se é o mais escroto ainda q para lá na frente pro babacas pensarem q ele passou direto e depois saírem correndo atrás dele.

5- Depois dessa análise vc tem se posicionar estratégicamente pra ser o 1º a entrar ou no máximo o 3º, pq lugar dentro de ônibus é como um podium, só os 3 primeiros colocados tem direito ao prêmio, nesse caso o prêmio é sentar. O problema é são que 20 pessoas disputando esses 3 lugares... é praticamente um concurso público... e eu nunca nem fiz um concurso público.

Gostaria de saber se as companhias de ônibus estão oferecendo cursos na área de "Pegar ônibus", se bem que com a dificuldade de 20 por vaga deve ser algo mais complexo como um doutorado. Vou procurar saber, quem sabe daqui algum tempo eu não serei Doutora em Pegar Ônibus.

Educação para todos que possam pagar

O conceituado Prof.º Marcos Bagno falou, em seu blog sobre a catástrofe dos cursos de Letras e suas conseqüências em salas de aula.

(Link da postagem do Prof.º Marcos Bagno http://www.marcosbagno.com.br/conteudo/arquivos/art_carosamigos-novembro.htm)

Mas quem foram seus professores? Como esses alunos tiveram acesso a universidade? Hipocrisia a parte, sabemos que numa universidade pública esses alunos não tiveram a menor chance, por tanto é sabido que o acesso a universidade das classes desfavorecidas se dá pelas faculdades particulares. Interessante como os papéis se invertem, pois os antigos alunos de escolas particulares, hoje são os universitários e futuros pós-graduados de instituições públicas. Já nossos antigos alunos de escolas públicas, hoje são os universitários de instituições particulares.
Se alunos de classes desfavorecidas pagam mensalidades altas de cursos universitários, a duração do curso será levada em consideração, pois quanto menos tempo durar esse curso, menos ele terá que pagar. Se você fosse o dono de uma universidade particular, sabendo que seu corpo discente é formado por alunos pobres que pagam com dificuldade as mensalidades, o que você faria? Isso mesmo! Você reduziria o tempo de curso, para atrair seu público alvo. E partindo do ponto que esses mesmos alunos procuram em grande escala pelo curso de Letras, entendemos porque o curso de Letras, que na sua “época de glória” durava 5 anos hoje está reduzido a 3 anos.
Agora vamos ao ponto colocado pelo Profº Marcos Bagno, que mencionou que muito desses alunos irão ter seu primeiro contato com romances e textos teóricos na faculdade, e a faculdade terá apenas 3 anos para passar todo conteúdo de uma vida inteira para esse futuro professor. O problema não para por ai, pois esse aluno terá que se tornar crítico, analisador, argumentador e criativo, ou seja, se transformar num formador de opinião, além de um leitor nato, que fala corretamente e entende quando alguém “fala bonito”.
Já o corpo docente que não oferece uma formação decente não é tão culpada assim, até porque, ele sabe a realidade daquele aluno, a dificuldade para pagar a mensalidade, e até mesmo a dificuldade de estar em sala de aula depois de um longo dia de trabalho. Além disso, esse professor tem 3 anos para transformar o “sapo em príncipe”, mesmo sabendo que isso será impossível. E ainda existe uma questão muito delicada chamada MOTIVAÇÃO, e se o aluno perde essa motivação, ele nunca mais voltará para a faculdade.
A verdade é que a catástrofe do curso de Letras vai muito além do curso. Em minha opinião seria maravilhoso acrescentar dois anos ao curso somente para preparar os alunos despreparados, mas na ponta do lápis isso sairia muito caro para eles, como professor, reprovar várias vezes o aluno para que ele domine sua matéria seria o ideal, mas isso desmotivaria um aluno que já é demasiadamente desmotivado pela sociedade, e por fim o que resta é lhe entregar o “canudo” e esperar que ele nunca pise numa sala de aula ou pensado de uma maneira otimista, esperar que esse “recém-formado professor desqualificado” estude mais, busque pelo conhecimento que lhe foi roubado pelo nosso governo corrupto, tenha consciência de sua incapacidade e assim se torne um bom profissional.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Tristezinha


Senti uma tristeza
Não aquela tristeza de dar depressão
Uma tristezinha boba
Daquelas que carioca sente quando acaba o verão

Não é tristeza enorme de dor de amor
É só aquela tristezinha simples
Aquela que a gente sente de manhã
Quando toca o despertador

Uma tristeza chata, mas normal
Como aquela que a gente sente
Quando acaba o carnaval

Não é tristeza que te arria de uma vez
Mas é aquela que a gente sente
Quando tira o extrato no fim do mês

Não é tristeza que da vontade de morrer
Mas tristezinha se que sente
Quando fim de semana vai chover

Não é tristeza que abala
Que detona
Desmorona
É parecida com aquela que se sente
Quando se perde uma carona
Não é tristeza de dar desespero
Mas aquela que dá
Quando alguém corta errado o seu cabelo

Não é aquela tristeza que dura o infinito
Mas é bem parecida com aquela que se sente
Quando acaba o domingo

Senti tristeza
Essa tristezinha
Mas agora não sinto mais
Porque tristeza é sentimento
Que tem que ser deixado para trás

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Viva a Modernidade

Agora constatei, eu sou adulta! E como todo adulto que trabalha e tem uma carga bem pesada de responsabilidades fiquei estressada, nem cheguei aos 30 mas já sou hipertensa, tenho TPM e dedico 80% da minha vida ao meu trabalho e os outros 20% eu tenho que dividir com filho, marido, casa, amigos, família, diversão e descanso, não sei se incluo a parte estética no trabalho ou na diversão...rsrs.. Só sei que um dia estar com dor de cabeça começou a fazer parte do meu cotidiano, dormir tarde e acordar cedo, pensar no trabalho na hora de dormir, acordar fim de semana e pensar por que “parte da casa começo a faxina”, sair do trabalho tentando decidir a quem daria atenção “ao filho, ao marido ou a academia”, dormir de cabelo molhado pq só deu tempo de tomar banho 11hs da noite, ou acordar 1 hora antes pra lavar o cabelo de manhã... “ainda tem que fazer a unha, Meu Deus não vou pra academia a 2 dias, estou engordando, amanhã tenho que ligar pro fulano assim que chegar no trabalho, amanhã vence a conta ´’x’ e ‘y’, nem liguei pra minha mãe” ai eu durmo e em seguida o despertador toca... e ai em algum momento alguém diz “essa dor na nuca é pressão alta”... um dia tiraram minha pressão e pimba! 14X9 e outro dia de novo, e outro dia de novo, a essa altura eu não ia pra academia a mais de 2 meses, já tinha engordado horrores, só pensava em comer e de repente até morrer, pq os problemas vão se acumulando na sua cabeça, as contas surgem de onde vc menos espera e de repente vc se vê num labirinto que vc nunca imaginou estar na vida. E parece que nessa hora é que tudo persiste em dar errado, seu carro quebra, vc comete erros no trabalho, seu marido briga com vc, seu filho fica doente, vc é multado no trânsito... e de repente vc quer apenas chorar igual uma criancinha de 3 anos que se perdeu da mãe no shopping... só que esse choro que vc não tem tempo de chorar se converte em pressão alta, em outros vira uma síndrome do pânico, em outros se transforma em AVC... esse é o mundo moderno e suas doenças modernas.
Até que ponto vale a pena se sacrificar pelo trabalho? Pela família? Pelo companheiro? Pelos filhos? Onde vc deve colocar o limite? Onde vc deve SE colocar um limite? Essa vida que vc está vivendo é única e com certeza vc não terá a oportunidade de vivê-la novamente, mesmo q vc acredite em reencarnação tenha certeza que ESSA VIDA é única e vivê-la da melhor forma possível é sua missão. Não estou falando de largar tudo e virar hippie, mas sim de vivê-la corretamente... nós não somos burros, sabemos o que é certo e o que é errado, o que não conseguimos é nos livrar do errado e fazer somente o que é certo. E qd vc vira adulto, é mais difícil ainda.

Bem, agora eu relaxei, emagreci sem dieta, acreditem, foi só acabar esse meu stress que eu emagreci naturalmente, a pressão normalizou, e agora eu simplesmente faço o que eu posso, nem mais nem menos, e o meu lema é “o que não tem solução, solucionado está”... agora eu trabalho com a unha sem fazer e só faço qd dá, agora eu lavo o cabelo qd precisa, eu pago o dá pra pagar, eu durmo qd me da sono, arrumo o que dá pra arrumar, enfim, vivo no meu tempo, vivo a minha vida. Porque ninguém morre se chegar atrasado, ninguém morre se um dia andar esculachado, ninguém morre se tomar uma fechada no transito, ninguém morre de unha mal feita e cabelo sem escova, ninguém morre de casa suja e mal arrumada. Mas morremos de enfarte, AVC, depressão, hipertensão, etc.....

XÔ STRESS!!!! SEJA FELIZ : )