quarta-feira, 18 de julho de 2018

Caixa

Hoje eu sou a moça dentro da caixa
Encolhida para caber
Quieta para ninguém perceber
No escuro e no silêncio
Não quero pensar
Quero deixar acontecer
Não quero sofrer
Pelo que está acontecendo
Muito menos pelo que vai acontecer
Eu não quero mais
Viver sem rumo
Eu não quero mais
Planejar um futuro
Eu não sei se sou capaz
De enfrentar tudo
Quero morar na minha caixa
Passar uns dias lá
Sem pensar
Quero ficar sozinha
Quero companhia
Quero alguém pra sonhar
Ou ficar com a mente vazia

Quem é essa pessoa na caixa?
Não se encaixa em nada
Deixa ela na caixa
Aqui fora só vai atrapalhar
Ela não se parece com nada
Não tem lugar pra colocar
Tem gente que gosta
Mas a maioria não vai gostar
Ela olha muito pra dentro
Não está enxergando aqui fora
Não vai conseguir se enquadrar
Deixa ela morar
Aí nessa caixa
Não vai conseguir se adaptar
Não se encaixa
Deixa ela na caixa
Um dia ninguém vai lembrar
Dessa caixa

Medo

Não é medo de um novo amor
É medo de uma nova decepção
O coração fica rígido
Quase inacessível
Talvez um pouco ágil
e não se ilude atoa
Mas a verdade
É que ele está frágil
Não suportaria outra mentira
Outra traição
E quando é o contrário?
E quando sou eu que parte um coração?
No final não é que ninguém presta
É que ninguém se abre
E quando se abre
Rapidamente se fecha
É só vejo por aí
Corações partidos
Corações fechados
Assim é mais fácil
Assim é menos complicado
Mas não adianta ter coração de gelo
Tem sempre um fdp com maçarico
Nem adianta ser de concreto
Tem aqueles infelizes com britadeira
Mas o que que tem?
Coração não é geladeira
Nem muro
Coração tem que ser puro
Pra não ter medo de amar
Mas como faz?
Depois de tantos desenganos
Sobrou apenas um coração insano
Que desaprendeu a amar